sexta-feira, 31 de maio de 2013

A porta da rua é a serventia da casa!

Esta foi uma semana muito complicada.
 
A vários níveis: pessoal, profissional e familiar.
 
Com 2 crianças pequenas (uma quase adolescente e menina ainda por cima), que são muito opiniosas, que percebem tudo, até demais, a gerir o dia a dia sozinha, roupas, comidas, jantares, horas de deitar, faze-los levantarem se a horas, não os deixar ver porcarias à noite na TV, o desespero dela porque qualquer coisa nos estudos em que é optima nao correu bem, as cenas/fitas/birras dele que quase quer jogar futebol 24 hrs por dia, embora seja bom aluno, mas que depois não quer descansar quando eu mando, porque efectivamente necessita....
 
Enfim, acho que não preciso de entrar em mais detalhes para que se perceba que estou à beira de um ataques de nervos! Valha-me que está a terminar o ano escolar!
 
A esta parte da minha vida eu chamo os turnos da manha e da noite.
 
Depois temos o turno de dia, intercalar, o trabalho.
 
Eu adoro trabalhar, sinto-me já bastante realizada, reconhecida, gosto muito de onde trabalho e com quem trabalho.
 
No entanto, dado que trabalho na Administração Pública, onde ocupo um lugar com alguma responsabilidade, todos os dias me vejo deparada com alterações disto ou daquilo que têm impacto no funcionamento normal de uma instituição publica. Sendo que para cumulo, hoje é assim mas amanha já é assado e não sabemos se no proximo mês não será de outra maneira. E muitas das orientações são nos transmitidas por via telefonica, sem qualquer suporte "legal" ou escrito. Mas enfim.... já estamos habituados.... e eu já não estou às vezes para me aborrecer muito.
 
Prefiro aborrecer-me quando realmente há motivo, quando as orientações e as mudanças são de tal forma absurdas ou desnecessárias que parecem ter saído da cabeça de um acéfalo!
 
Sim acéfalo! Porque há muitos acéfalos!
 
Só assim se justifica o "desgoverno" deste país e o desgoverno que verifico nas relações interpessoais. Mas aí já lá vamos.
 
Gostava só aqui de fazer um pequeno parentesis; na realidade eu sei que tudo o que somos, as tendencias que temos, o que fazemos, tem por base o nosso DNA e não os nossos neurónios, que na realidade resultam da expressão do nosso DNA.
 
Como tal, vou considerar que muitas pessoas têm "problemas/mutações" em genes, que depois se repercutem na qualidade/tipo de neurónios que têm.
 
Por isso, vou continuar na linha dos acéfalos, com problemas neuronais, ou até quem sabe, que ao nascerem sofreram de pequenas (ou grandes lobotomias), apanhando determinadas áreas, mas que no fundo conseguem disfarçar e não aparentam na verdade serem acéfalos.
 
E portanto temos acéfalos na política, embora muitos se achem o supra sumo da barbatana, o que nos leva a um rumo ou sem rumo assustador..... assim como temos uma imensidão de acéfalos nas nossas relações do dia a dia profissionais e pessoais.
 
Desde já quero deixar bem claro que me refiro a homens e mulheres, na mesma proporção, quantidade, qualidade, tamanho, altura, largura.... etc......
 
E agora vou dedicar me aos acefalos emocionais. Vou deixar de parte os acefalos, poucos, com quem trabalho ou me cruzo por motivos profissionais.
 
Sempre fui uma pessoa honesta, transparente, directa, odeio injustiças, aprendi a ter algum jogo de cintura em questões emocionais, já sou mais tolerante e paciente, já sei esperar pelo momento certo para dizer e fazer certas coisas, noutras vezes nem tanto, tenho bom coração, sou generosa, odeio magoar propositadamente alguem, odeio ver alguem ser maltratado (só se for daqueles acéfalos que merecem....)... enfim melhorei um pouco com a idade, graças a Deus, mas mantenho os meus valores básicos. Por isso dizerem que sou dificil, tenho mau feitio, etc.... acho que deve ser por isso...
 
Lembro -me sempre do meu querido Pai dizer a uma grande amiga minha há mais de 20 anos que eu era uma rapariga fantastica mas que com este feitio iria sempre ter muitos desgostos e dar com a cabeça nas paredes. E não é que ele teve e tem muita razão?
 
Nem imaginam o valor que agora dou aos ensinamentos, conselhos e demais "palavreado" que os meus pais me deram ao longo dos anos. Realmente como os pais costumam ter razão!!!!
 
E faço o mesmo com os meus filhos: quero-os integros, de bom coração, honestos, leais, generosos, fieis aos seus principios e valores, educados, com respeito pelos outros, demonstrando deferencia pelos mais velhos, ou noutras circunstancias como manda a nossa etiqueta social. Sim porque foi assim que fui educada e respeito e gosto disso.
 
Além disso, a juntar a isto o bom senso, dois dedos de testa e consideração pelos outros não faz mal a ninguem e só nos torna melhores.
 
Ora eu acho que isto é transparente e obvio para qualquer pessoa normal; tá claro que não para os acéfalos, especialmente os emocionais.
 
Tendo ainda presente que por motivos profissionais me tenho especializado na gestão de pessoas, em todas as suas vertentes, e apesar de todos sermos diferentes e eu respeitar isso, pergunto-me:
 
  1. porque nao se tem a coragem de dizer cara a cara o que é preciso?
  2. porque se anda a rodear assuntos, em vez de assumir o que se quer ou não?
  3. porque se arranjam desculpas esfarrapadas em vez de se ser honesto e íntegro?
  4. porque se magoam mais as pessoas não sendo directo e falando com franqueza?
  5. porque se deixam protelar as situações sem uma palavra de esclarecimento?
  6. porque não se sabe/consegue pedir desculpa?
É assim que grande parte das pessoas vive as suas relações inter pessoais, e as que assim não fazem são apelidadas de mau feitio, chatas, exigentes, intolerantes... etc.....
 
Eu por mim mantenho me como sou.... A porta da rua é a serventia da casa!
 
 
I'm Alive - Celine Dion
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

4 comentários:

  1. começo por te ler, assim logo num texto tão emotivo...
    Na minha casa de infancia havia duas portas... a porta da rua era a porta principal e dava para a sala normalmente era para receber as vizitas, e a serventia da casa era feita normalmente pela porta da cozinha, que dava para um quintal mais reservado, mas por onde quase sempre entravamos em casa com as compras do dia a dia... sempre há motivos e justificações para poder haver outras formas de ser e viver... nem sempre tudo tem que ser dito ou resolvido... mas se a frontalidade é muito importante para ti ser verdadeira contigo é o mais importante, continua... mas não apelides os que não são assim de moles, insensiveis, ou mesmo acefalos... poderão ter dificuldades de expressão ou não dizem por delicadeza do assunto ou porque apenas por vezes mecher na merda apenas faz cheirar mais mal que rosulver seja o que for... caso a caso cada um lida o melhor que sabe como sabe melhor... às vezes há uma porta dos fundos esquecida que tambem pode ser usada (para sair... ou entrar)...

    ResponderEliminar
  2. obrigada pelo seu contributo e respeito a sua opinião; no entanto, acho que há coisas que não podem deixar de ser ditas ou resolvidas porque uma parte é incapaz porque a outra parte envolvida também tem sentimentos e também conta para o assunto; como tal há que ter coragem e enfrentar as coisas nem que seja para esclarecer e deixar então morrer o assunto; porque toda a gente merece ser respeitada e deixar assuntos mal resolvidos e não falar deles por incapacidade ou cobardia é falta de respeito; de qualquer forma esta é a minha opinião que expresso livremente no meu blog; aceito perfeitamente e sei que muita gente não pensa e não é como eu... mas não acho normal.....

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ... tambem por respeitar quiz partilhar consigo outro ponto de vista apenas, ao ser frontal tambem eu não queria ofender mesmo tendo outra opinião :p ... caso a caso... mas muitas das vezes concordo que ser frontal e colocar as cartas na mesa para tentar tirar mal entendidos e resolver os problemas de vez é o melhor mesmo ... diga lá se agora não fui +'sweet', bjokas ;)

      Eliminar
    2. sim foi.... e cada um tb pensa e sente da sua maneira mas nunca o devemos fazer se isso implicar desrespeito ou magoar outro.... :)

      Eliminar